quinta-feira, agosto 12, 2010

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há versos meus entranhados nessa cidade
mas eu não os tenho
devorado que sou pela pressa dos arranha-céus daqui

onde meus ossos viram esquinas
minha pele, asfalto ao meio-dia
dos meus olhos restando o abrir e fechar das portas dos trens do metrô

mas é só mais um dia seguido de outro dia,
atravessando-nos indistintos
nós, que somos todos comuns
indiferentes
e civilizados
[eis nossa beleza]

venham...
sirvam-se de mim,
restituindo-me o homem
outrora sonhos, febre e nanquins.

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